segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

QUANDO NEM A DOR RESTAR

Desde que o amor do seu ser, abdicou,
E ninguém mais deseja a sua presença,
O seu estilo de vida, então se modificou,
Para sobreviver sem nenhuma doença.

Quando os sonhos deixam de ser desejados,
E passam a ser aleatoriamente sonhados,
Sorrisos de criança deixam de ser admirados,
Sendo contemplados por olhos acanhados.

O coração somente pulsa, sem disparar...
Sentimentos bons ou ruins lhe abandonaram,
Reações viscerais necessitaram parar,
E a revolta ou a paixão não mais funcionaram.

Uma neutralidade enfadonha dita o ritmo,
Seja qual for o dia, a ocasião ou o biorritmo,
Lindos dias de sol repentinamente viram normais,
Relacionamento e solidão ficam igualmente banais.

Sequer a humana capacidade de sentir dor restou,
Da ausência de emoções, o seu ser se infestou,
E a outrora dádiva da vida, verdadeira primazia,
Transformou-se em sobrevivência com muita azia.

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