sábado, 2 de outubro de 2010

HOMENAGEM PLATÔNICA

Breve e finito momento, mínima quantidade,
Despertou algo que pensava, com autoridade,
Já tivesse morrido, anos atrás, na minha juventude...
E confesso: causava-me desconforto e inquietude.

Quando a vi, seus olhos verdes chamaram-me atenção,
Mas o meu espanto é que não foi apenas a impressão...
Cada gesto, cada olhar, cada palavra pronunciada,
Mudou meu espírito e a indiferença, antes sentenciada.

Minhas cicatrizes parecem-me menos profundas,
E as pessoas tornaram-se agora, menos imundas...
A vida! Voltou a fluir! Viver...
Chega de apenas sobreviver!

Creio que rigorosamente nada mais aconteça,
Nem tampouco, nos conheçamos mais...
Sobrará a certeza que não encontrarei jamais,
Outro alguém que de imediato, me entorpeça.

Estava convicto que era miragem ou fantasia,
Sonhava com você: tola ficção. E aí me surpreendi,
Meus amores traumatizaram-me em demasia,
Sempre confiei, amei profundamente e me arrependi.

Não sei se um dia, você olhará para mim...
Este Matusalém abusado, que tem a ousadia,
De escrever estas palavras e rimas pobres assim...
O problema é que você me causou taquicardia.

Será que é um mal da idade?
Mórbido indício de senilidade?
Modestamente, creio que não...
É apenas um sinal do coração...

Para você, reservada, tem que estar,
Uma pessoa magnífica... seu merecimento!
Desejo a você a felicidade, sem sofrimento,
E que o amor prevaleça, quando nada restar.

De qualquer maneira agradeço profundamente,
Pois penso que será mais alegre, o meu envelhecer...
Talvez continue assim solitário, resignadamente...
Porém diferente e mais otimista, após te conhecer.

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