terça-feira, 6 de novembro de 2012

QUANTAS VEZES

Quantas vezes tentei ? 
Todas que pude, quando dominei o ócio...
Desisti ?
Às vezes por covardia, às vezes por resignação aprendida...
Insisti ?
Diversas por ignorância inocente e outras por inconformismo consciente...

Errei ?
Perdi a conta de tantas que foram e são apenas as percebidas...
Acertei ?
Nem reparei que as mais importantes passaram despercebidas...

Quantas vezes chorei ?
Muitas em choro solitário ou por dentro e raras eu revelei...
Sorri ?
Inúmeras eu revelei e raras em riso solitário ou por dentro...

Orei ?
Muito menos do que poderia, por falta de consciência...
Blasfemei ?
Algumas provocadas por um destempero agnóstico...

Quantas vezes desejei morrer ?
Um par delas talvez, no auge de um desespero ateísta...
Regozijei-me por viver ?
Sempre que admirei o pôr do sol como espiritualista ...

Quantas vezes pedi perdão ?

Algumas que meu ego permitiu...
Perdoei ?
Outras tantas que meu ser me convenceu...

Pedi ajuda ?
Quando entendi a importância de viver com os outros...
Ajudei ?
Quando entendi que a minha felicidade começa nos outros...

Quantas vezes falei ?
A maioria com prolixidade e a minoria com propriedade...
Escutei ?
Sempre que solicitado com amor e raras obrigado com pudor...
Calei-me ?
Não saberia dizer quantas por omissão e quantas por compreensão...

Quantas vezes caí ?
Tão numerosas que é impossível contar...
Levantei ?
Sempre que desisti de contar as que caí...

Quantas vezes lamentei ?
Várias alimentadas pela minha imaturidade e despreparo...
Agradeci ?
Poucas, quando reconheci minha imaturidade e despreparo...

Odiei ?
Muitas, sempre me fizeram mal, poucas reveladas e todas enterrei...
Amei ?
Muitas, sempre me fizeram bem, algumas reveladas e todas guardei... 

Quantas vezes... milhares... infinitas...
Quando aprenderei ? Quanto aprenderei ?

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