sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SOLITÁRIO

Na verdade tornou-se paradoxal...
O silêncio? Você ouve! E o barulho? Você deseja!
Um grito de uma criança... vá lá que seja!
Quietude que cansa... é infernal!

O latido do cachorro, a cada madrugada... você conhece!
O tic tac do relógio é seu amigo,
E você repara no seu umbigo!
A rachadura da parede cresce, aparece e o dia amanhece.

O seu olhar está vazio, sem vida...
Sua imaginação, não tem medida,
A lágrima insiste em brotar...
Quando isto vai acabar?

Horários? Não mais os tenho.
Falar? Por que? Economizo a voz!
A casa é a casca e eu sou a noz!
Otimismo? Procuro com empenho.

Deus! É um teste de resistência e fé?
Tenho que virar ermitão?
Para sê-lo não tenho vocação.
A dor física surge: da cabeça até o pé!

Eu não posso me entregar...
Posso ser vencido, mas hei de lutar!
Futuro...Mistério...O que será?
Quem sobreviver, verá.

Eu quero ver!

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