segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

PORTA RETRATOS

Podem ser tradicionais, de madeira mesmo,
Guardando lembranças em forma de imagens,
Momentos felizes que não foram miragens,
Que marcam a alma, mas perdem-se a esmo.

Preto e branco ou a cores? Não importa...
Tradição ótica ou facilidade digital...
Tanto faz... o motivo é que conforta...
Imprime alegria, o sentimento vital.

No meu porta retratos guardo amores,
Filhos preciosos e alguns instantes,
A felicidade e a esperança eram constantes,
No futuro? Sonhos no lugar de temores.

A máquina fotográfica, eu não tenho mais...
O porta retratos? De nenhum material...
É apenas no meu cérebro... uma imagem virtual.
As fotografias perdidas, não se acham jamais.

O meu livre arbítrio, apenas um desperdício...
Deixou-me emoções tênues... esgarçadas como trapos,
Nenhuma imagem minha resta em porta retratos,
Da minha insípida presença, ninguém quis guardar,

Uma lembrança sequer para olhar e recordar.
A alegria foi superficial e pouco durou...
Em felicidade, jamais se transformou,
Mas a tristeza é profunda e parece precipício.

Porta retratos... vivendo na Idade Média...
Talvez me iludisse como na comédia,
E nas trevas, sobreviveria, sem enxergar,
A minha incapacidade, do amor despertar.

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