segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

HÁBITO

O ser humano, dizem, se adapta a tudo,
À conversa fiada e à quietude do mudo,
Ao afago e ao carinho de quem amamos,
E à ausência de muitos por quem choramos.

É assustador, mas a família presente outrora,
Tornou-se lembrança fugaz no agora.
O homem completo, realizado e feliz,
Transforma-se em ermitão aprendiz.

O amor não acabou, apenas ficou guardado,
A chama arde no peito e sinto-me sufocado.
Meu Deus! Que sina esta a de conviver,
Com o solitário hábito de apenas, sobreviver.

Não sinto revolta, muito menos conformismo,
Apenas me espanta o equilíbrio relativo,
Que demonstro com algum altruísmo...
Um sentimento sombrio e nada festivo,
De conviver com a solidão de forma banal...
Surpreendente hábito... será que sou normal ?

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